Municípios: bom resultado econômico apoiado em commodities
Perfil econômico
A pesquisa do IBGE constatou que as principais atividades econômicas em 2017, em 2.741 municípios, correspondentes a 49,2% dos municípios brasileiros, foram administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, que ultrapassaram 90% nos estados do Acre, de Roraima, do Amapá, Piauí, da Paraíba e do Distrito Federal. Essa atividade engloba os serviços governamentais, mas não entra recebimento de pensões ou aposentadorias, ou seja, os serviços prestados de fato pelo governo. “A gente observa que administração pública ainda é importante para a maioria dos municípios”, destacou Alessandra, em entrevista à Agência Brasil. Por outro lado, no estado de São Paulo, somente 9,3% dos municípios apresentaram essa característica. Excluindo administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, o grupo de demais serviços foi a principal atividade de 3.740 municípios em 2017, seguido da agricultura, com 910 cidades. Comparativamente a 2002, observa-se redução do número de municípios que tem como atividade principal agricultura ou pecuária. Por outro lado, subiu o número de municípios com maior pesos dos demais serviços. Na agropecuária, a pesquisa do IBGE registrou que, em 2017, um quarto do valor adicionado bruto se concentrava em 165 municípios, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste (96 municípios, ou 58,2% ancorados na produção de soja, algodão herbáceo e arroz em grão). A avaliação baseada nas 15 regiões rurais com maior valor adicionado bruto destacou as regiões rurais da capital regional de Passo Fundo/RS e da capital regional de Cascavel/PR, onde a produção agropecuária respondeu por 17,1% e 15%, respectivamente, das duas economias. Por região rural se entende um conjunto de municípios em que um deles é o polo urbano que movimenta a produção, onde se compram insumos e onde está a parte distribuidora dessa produção. A agropecuária no Brasil representa cerca de 5% do valor adicionado, que é o valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo. “Ela tem um valor baixo no total mas, quando a gente olha só a atividade e vê os maiores valores da agropecuária, identifica muitos municípios relacionados a commodities, como soja e algodão, e muito concentrado no Centro-Oeste do país, ainda caracterizado por uma grande área. É uma produção extensiva também”, comentou a gerente de Contas Regionais do IBGE. A pesquisa evidencia que 14 das 15 regiões rurais com maior valor adicionado bruto tiveram como atividade central a lavoura temporária, basicamente hortifrutigranjeiros voltados para o mercado consumidor doméstico e não para a exportação. Das 15 regiões rurais, os maiores valores adicionados brutos foram encontrados principalmente no Sul e no Sudeste do Brasil, grande parte das quais tendo a soja e a cana-de-açúcar como principais atividades. “A gente sai um pouco do Centro-Oeste e vai para o Sul e Sudeste”. Olhando o valor adicionado e dividindo pela área, vê-se que a região rural da grande metrópole nacional de São Paulo detinha a mais elevada densidade econômica. Em seguida, vinham as regiões rurais das metrópoles nacionais.Indústria
Na parte referente à indústria, a pesquisa do IBGE revela que 20 municípios concentravam um quarto de seu valor adicionado bruto, sinalizando um nível de concentração maior que na agropecuária. A capital paulista manteve a primeira posição, concentrando 4,9% em 2017, contra 8,1% em 2002. Com 2,7%, o Rio de Janeiro ocupou a segunda classificação, seguido de Manaus (2,1%), em razão da Zona Franca. Em 2017, 13 dos 20 municípios de maior participação estavam na Região Sudeste, sendo oito paulistas. Três municípios ficavam no Sul do país; dois eram da Região Norte; e Nordeste e Centro-Oeste tinham um município cada.Serviços
Excetuando administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, o estudo do IBGE mostra que três municípios somavam quase um quarto do total da atividade de serviços em 2017, no país. São eles: São Paulo (SP), com 15%; Rio de Janeiro (RJ), com 5,7%; e Brasília (DF), com 3,4%. Os 38 municípios com maior participação responderam por metade do total, sendo 19 capitais. Ainda em 2017, 2.036 municípios de menor participação totalizavam 1% desses serviços. De acordo com a hierarquia urbana, o total dos serviços foi concentrado nas metrópoles (47,7% do valor nacional. A pesquisa mostra ainda que nas metrópoles, os serviços, excetuando administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, representavam 50,5% do total brasileiro e 33% da população nacional. Já as grandes concentrações urbanas participaram com 46,5% do total dos serviços de administração pública nacional, com destaque para as concentrações de Brasília/DF, com 10,1% da administração pública nacional, seguida do Rio de Janeiro/RJ (8,8%) e São Paulo/SP (7,7%). Fonte: Agência Brasil
Revista Condomínio & Mercado Imobiliário