Um ex-policial militar foi flagrado por câmeras de segurança agredindo o porteiro de um condomínio de alto padrão localizado no bairro Acupe de Brotas, em Salvador, na Bahia. O caso ocorreu no sábado, 19 de julho, e causou forte repercussão entre moradores, além de levantar preocupações sobre a segurança de funcionários e os limites de convivência em espaços residenciais.

O agressor foi identificado como Eric José Silva Martins, ex-soldado da Polícia Militar da Bahia, desligado da corporação em 2022 por deserção. A deserção é um crime militar caracterizado pelo abandono do serviço sem justificativa por mais de oito dias. Eric recorreu da decisão, mas o recurso foi indeferido pela Justiça.

As imagens de segurança mostram Eric desferindo socos e tentando enforcar o porteiro Levinton Freitas. A agressão aconteceu diante da esposa e do filho do agressor. Em entrevista ao portal BNews, a vítima relatou que o ataque foi motivado por um desentendimento relacionado ao cachorro da família.

Segundo Levinton, ao chegar ao trabalho, encontrou a esposa de Eric com o filho e o cão na portaria. Para evitar ser atacado pelo animal, ele recuou duas vezes antes de entrar no local. Ao atravessar a porta, foi surpreendido pelo morador, que o agrediu fisicamente.

Após o ocorrido, Levinton entrou em férias. O caso foi registrado na 6ª Delegacia Territorial de Brotas, que instaurou inquérito por lesão corporal. As investigações seguem com oitivas e análise das imagens de segurança.

Morador tem histórico de conduta agressiva

A administração do condomínio Valle Ville informou que o ex-policial já havia protagonizado outros episódios violentos no residencial. Em um dos casos, ele danificou uma câmera de segurança no elevador do prédio, gerando prejuízo estimado em três mil reais. Moradores relataram ainda diversas denúncias envolvendo ameaças, perturbação da ordem e desrespeito às normas internas.
Em fevereiro deste ano, a esposa de Eric chegou a barrar sua entrada no condomínio em razão de episódios recorrentes de violência e comportamento agressivo. Apesar disso, tempos depois autorizou novamente sua presença nas dependências do prédio.

A administração do condomínio declarou, por meio de nota, que está oferecendo apoio jurídico e psicológico ao porteiro agredido. Além disso, avalia a adoção de sanções administrativas internas, que podem incluir advertência, multa e até mesmo uma ação judicial para restringir a presença do morador nas áreas comuns, conforme previsto no regimento interno e na convenção condominial.